sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Os Atributos de Deus

A Onisciência de Deus
       Arthur W. Pink (livre tradução por Alcimar Dantas)

Deus é onisciente. Ele sabe tudo: tudo o que é possível, tudo o que é real,  todos os eventos e todas as criaturas, do passado, do presente e do futuro. Ele está perfeitamente familiarizado com cada detalhe na vida de todos os seres no céu, na terra e no inferno. "Ele conhece o que está em trevas" (Dan 2:22). Nada escapa à Sua atenção, nada pode ser escondido dEle, nada é esquecido por ele. Bem podemos dizer com o salmista: "Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir" (Salmo 139:6). Seu conhecimento é perfeito. Ele nunca erra e nunca muda. "E não há criatura que não seja manifesta na sua presença, mas todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar" (Hb 4:13). Sim, esse é o Deus com quem temos de tratar!
"Tu conheces o meu sentar e o meu levantar, tu entendes o meu pensamento de longe. Cercas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Pois não há uma palavra na minha boca, eis que, Tu conheces completamente "(Salmo 139:2-4). Que Ser maravilhoso é o Deus da Bíblia! Cada um dos Seus gloriosos atributos deveria torná-lo honorável à nossa estima. A apreensão de Sua onisciência deveria nos curvar em adoração diante dEle. No entanto, quão pouco podemos meditar sobre esta perfeição divina! Será que é porque o próprio pensamento nos enche de inquietação?
Quão solene é este fato: nada pode ser escondido de Deus! "Porque eu sei as coisas que surgem em sua mente, cada uma delas" (Ez 11:05). Embora seja invisível para os outros, nem a escuridão da noite, nem as cortinas mais próximas, nem o calabouço mais profundo podem ocultar qualquer pensamento dos  olhos da sua onisciência. As árvores do jardim não puderam ocultar os nossos primeiros pais. Nenhum olho humano viu Caim assassinar seu irmão, mas o seu Criador testemunhou o crime. Sarah pode rir ironicamente no isolamento de sua tenda, mas ela foi ouvida pelo Senhor. Acã roubou uma cunha de ouro e cuidadosamente escondeu-o na terra, mas Deus trouxe à luz. David esforçou-se para encobrir sua maldade, mas não demorou muito e o Deus que tudo vê, enviou um dos seus servos para dizer-lhe: 'Tu és o homem! E para o escritor e o leitor  também disse “que o vosso pecado vos há de achar "(Números 32:23).
Os homens tirariam a sua divindade de Sua onisciência, se pudessem - o que é uma prova de que "a mente Carnal é inimiga de Deus" (Rm 8:07)! Os ímpios não tão naturalmente odeiam a perfeição divina tanto quanto são naturalmente compelidos a reconhecê-la. Eles desejam que não haja  nenhuma testemunha de seus pecados, e assim não haja nenhum Juiz dos seus feitos. Procuram banir Deus dos seus pensamentos: "Eles não consideram no seu coração que Deus se lembra de toda a sua maldade" (Oséias 7:02). Como é solene o Salmo 90:8! Boa razão existe para o pecador tremer diante de Deus: "puseste as nossas iniqüidades diante de ti, os nossos pecados ocultos à luz do teu rosto."
Mas, para o ama a Deus, o fato da onisciência de Deus é uma verdade cheia de muito conforto. Em tempos de perplexidade, ele diz com Jó: "Mas ele sabe o meu caminho" (Jó 23:10). Pode ser profundamente misterioso para mim, inteiramente incompreensível para os meus amigos, mas "Ele sabe"! Em tempos de fadiga e fraqueza assegurar-me de que: " conhece a nossa estrutura, Ele se lembra de que somos pó" (Salmo 103:14). Em tempos de dúvida e suspeita eles apelam para este atributo, dizendo: 'Sonda-me, Ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos e ver se há algum caminho mau em mim, e guia-me pelo caminho eterno "(Salmo 139:23-24). Em tempos de triste fracasso, quando nossas ações desmentem  nossos corações, quando nossos atos têm repudiado a nossa devoção, somos questionados  " amas-me? “, Dizemos, como Pedro:" Senhor, Tu sabes todas  as coisas, tu sabes que te amo "(Jo 21:17).

Aqui está o incentivo à oração. Não há motivo para temer que as petições do justo não serão ouvidas, ou que os seus suspiros e lágrimas escaparão ao aviso de Deus, pois Ele conhece os pensamentos e intenções do coração. Não há perigo de que aquele que ama a Deus seja esquecido em meio à multidão de suplicantes que diariamente apresentam suas diversas petições, para uma Mente infinita é tão capaz de prestar a mesma atenção aos milhões, como se apenas um indivíduo estivesse buscando a sua atenção. Assim também a falta de linguagem apropriada, a incapacidade de dar expressão ao anseio mais profundo da alma, não comprometerá as nossas orações, pois “...antes de clamarem, eu responderei; e estando eles ainda falando , eu os ouvirei "(Is 65:24).

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Subversivo

A arte de verter por baixo,  agir por insatisfação,  não se acomodar à paradigmas é comum à humanidade. É a busca pela liberdade por meio da transformação, quer seja de um sistema de governo, de um estilo de vida, de um estado intelectual, de relacionamentos ou qualquer outra situação que provoque escravidão e dependência.
A razão por que o homem não é totalmente livre não é a falta de protesto, de manifestação pública, de organização social ou de conquistas materiais como riquezas, ou benefícios sociais como hospitais, serviços públicos de qualidade, crescimento econômico, etc. Estas coisas são ótimas e necessárias e devemos lutar sim por elas. Mas, a principal causa da escravidão é ainda a espiritual. O estado de depravação a que ficou reduzido o homem depois de sua histórica queda no jardim do éden. Foi sobre este assunto que Jesus conversou com Nicodemos e lhe afirmou que "se alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."(Jo.3:3).
O estilo de reino de Deus é o mais apropriado para o ser humano. É o Reino que reúne em si mesmo , tudo o que todo homem precisa e almeja. Este reino é descrito por Jesus nas bem-aventuranças de Mateus 5. Implica em novo nascimento a partir da fé bíblica e do arrependimento sincero. Para ilustrar isso, basta olhar para as borboletas. Eram no início, lagartas feias, escravas do solo, com dificuldade de locomoção, indesejadas. Sofreram uma metamorfose e se transformaram em lindas borboletas, com liberdade de voar e atraentes pela beleza própria.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Lançamento do livro LIDERANDO A SI MESMO.

O Pr. Alcimar D Dias lançou oficialmente o seu livro "Liderando a si mesmo", neste Domingo, 16 de Junho de 2013 na IPB de Cruz das Armas, em João Pessoa PB.














domingo, 16 de junho de 2013

Liderando a si mesmo!

Liderando a si mesmo

A ideia deste título surgiu a partir da leitura de I Tm. 4:16 “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (JFA). O apóstolo Paulo estava orientando o seu discípulo Timóteo. A preocupação dele era com a pouca experiência de Timóteo e a necessidade que ele tinha de perseverar no projeto principal de sua vida.
Cuidar de si mesmo é liderar a si mesmo, influenciar a si mesmo, avaliar a si mesmo para um desempenho melhor das tarefas diárias, do cumprimento das obrigações, do exercício do trabalho, cuidar dos seus relacionamentos e daquilo que constituía o núcleo de sua fé pessoal, sempre pensando em glorificar o Criador de sua existência. Cuidar do seu ensino era  cuidar da doutrina que lhe foi transmitida através de outros mais experientes, sabendo de quem tinha recebido. Foi então, a partir deste versículo, que surgiu a ideia de escrever um livro com o título “Liderando a si mesmo”, pensando nas questões que atormentam o homem do presente século. Portanto, quão importante é este conselho de Paulo, pois quem não sabe cuidar nem de si mesmo, como vai cuidar dos outros?

Paulo mostra a Timóteo que existem condições para o sucesso do plano de Deus na vida dele. Condições como dedicação, ocupação, empenho e cuidado com as tarefas diárias, aplicação à leitura, revisão de conceitos, aprofundamento do conhecimento das verdades já adquiridas, etc. Com isto, o progresso de sua vida seria visto por todos e os frutos seriam colhidos no tempo apropriado. 
Alcimar Dantas Dias

quarta-feira, 27 de março de 2013


Getsêmani, Morte e Ressurreição de Cristo    (Mt.26:36 a 46; )

O lugar é um Jardim no sopé do monte das Oliveiras. Lugar apropriado para oração devido ao silêncio e tranquilidade. A circunstância é de agonia e muito sofrimento. Getsêmani marca um dos momentos mais decisivos na vida do Senhor Jesus. É o auge da luta entre sua vontade e a vontade do Pai.

Todos passam por momentos difíceis em suas vidas, momentos de sofrimento e agonia. Quando isso acontecer, o melhor a fazer é buscar um lugar solitário e silencioso para ficar a sós com o seu Deus e ter suas próprias experiências com Ele.

Jesus passou pela agonia interior mais intensa de sua vida. Ali rendeu sua própria vontade à vontade do Pai. Ali entregou-se completamente para executar o plano de Deus para sua vida. O próximo passo foi a Cruz. Jo. 12:24 “ Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.”

O processo de mortificação de um grão de trigo nos ensina que a verdadeira vida está no mais interior da semente. As duas camadas de cascas externas precisam ser quebradas para que de dentro flua a vida nova que produz muito fruto. As camadas externas dos homens são suas máscaras, seus orgulhos, invejas, ódios, estados monstruosos da sua malignidade. Tudo isso deve ser quebrado para que lá de dentro possa fluir o novo homem, com nova visão da vida, cheio de amor, cheio de justiça, cheio de verdade, cheio do que é essencial para uma vida frutífera na terra. O sofrimento é um processo de quebramento das cascas externas, afim de que a vida essencial comece a fluir.

A ressurreição é o fim. Jesus ressuscitou! ( Lc.24:1 a 12). Seu sofrimento no Getsêmani e sua morte no Calvário lhe renderam muito fruto. Não que Ele precisasse disso, mas o resultado do seu trabalho beneficiou à humanidade toda. Ele ressuscitou para libertação eterna de todo aquele que entenda isso e creia no seu nome. Nisto reside a excelência da pessoa de Cristo: Ele não sofreu, não morreu e nem ressuscitou por causa de si mesmo, mas fez tudo isso para beneficiar incontável quantidade de pessoas em toda a terra.
ADD

 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Inteligências Múltiplas



Na visão tradicional a inteligência é conceituada como a capacidade de responder a testes de inteligência (QI). Alguns testes realizados demonstram que a "faculdade geral da inteligência" não muda muito com a idade ou com treinamento ou experiência. A inteligência é um atributo ou uma faculdade inata do ser humano. No entanto, Howard Gardner procurou ampliar este conceito. A inteligência para ele é a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite às pessoas abordar situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse objetivo. 
Segundo as suas investigações, existem sete tipos de inteligência:
1. Inteligência Linguística: característica dos poetas;
2. Inteligência Lógico-Matemática: à Capacidade lógica e matemática ;
3. Inteligência Espacial: à capacidade de formar um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo (Marinheiros, Engenheiros, cirurgiões, etc.);
4. Inteligência Musical: possuir o dom da música;
5. Inteligência Corporal-Cinestésica: capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo (Dançarinos, Atletas, artistas, etc.);
6. Inteligência Interpessoal: capacidade de compreender outras pessoas (Vendedores, Políticos, Professores, etc.);
7. Inteligência Intrapessoal: capacidade correlativa, voltada para dentro. Capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.
         Acrescentamos aqui, mais uma inteligência citada pelo apóstolo Paulo:
“ Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual.”
         De acordo com  Matthew Henri Commentary of Colossians,os Colossenses eram conhecidos como cristãos inteligentes: cheios do conhecimento da vontade de Deus, em todos havia sabedoria e entendimento espiritual.
 Observa-se o seguinte:
1. O conhecimento de nosso dever é o maior ganho do conhecimento. A mera noção vazia de grandes verdades é insignificante. Nosso conhecimento da vontade de Deus deve ser sempre de ordem prática: é preciso saber o que, a fim de fazê-lo.
 2. Nosso conhecimento é bênção quando ele é usado com sabedoria, quando sabemos como aplicar nosso conhecimento em ocasiões próprias, e para atender a todas as emergências.
       A Inteligência Espiritual é a consciência de que bons conhecimentos teóricos não acrescentam muito se não houver uma utilidade prática. Nossa compreensão é, então, uma compreensão espiritual quando revelamos o nosso conhecimento na nossa maneira de viver: Isto é, Devemos mostrar coerência entre o que sabemos e o que fazemos.
 
 A.D.D.




sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Meteorito da Rússia


Justamente no dia previsto para a passagem “de raspão” de um asteroide pela Terra, (15 de Fevereiro de 2013) a imagem e os danos causados pela queda de um meteorito na Rússia chocaram o mundo. A passagem do asteroide 2012 DA14 a 27 mil quilômetros da Terra foi anunciada há mais de um mês, já o meteorito pegou todos de surpresa. Os astrônomos não puderam prever a sua vinda por causa do seu tamanho pequeno. Um astrônomo explicou que o meteorito que causou danos na Rússia não tinha nenhuma ligação com o asteroide. Este fato é assustador porque meteoritos podem vir contra a Terra sem serem vistos antes.
           Não há como não ligar este acontecimento ao texto de Lucas 21:11 “...Então sucederão eventos terríveis e surgirão poderosos fenômenos celestes.” Jesus falou isso não como astrônomo, mas como Profeta e Deus. É necessário considerar aquele cujas palavras ditas a tanto tempo, vem se cumprindo. Sem nenhum sensacionalismo, fica evidente como a humanidade depende tanto do seu Criador. Sem Ele nada podemos fazer.(Jo. 15:5).
A.D.D.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Gênesis: História ou Ciência?


Muitas pessoas tem dificuldades para aceitar a origem divina da Bíblia. Muitas dessas pessoas não acreditem na existência de Deus, enquanto outras podem até acreditar, mas não aceitam que Ele tenha inspirado as Sagradas Escrituras. Fazer com que pessoas acreditem que Deus existe é uma tarefa quase impossível para o homem, assim como provar que a Bíblia foi inspirada por Deus é tarefa igualmente  difícil.
Dentre os textos bíblicos mais perseguidos por críticos quanto à origem divina da Bíblia, encontra-se o primeiro capítulo do livro de Gênesis ou o primeiro capítulo da Bíblia. Mesmo aqueles que creem em Deus e nas Escrituras podem imaginar que existem conflitos entre os ensinamentos do primeiro capítulo bíblico e as melhores conclusões da ciência moderna. Talvez, um proeminente estudioso, que pensa saber o que seja História e Ciência não saberia dizer com exatidão se o primeiro capítulo da Bíblia é História ou Ciência. Contudo, conhecedores renomados da História tem afirmado que o primeiro capítulo da Bíblia não é somente histórico, mas é o próprio fundamento da História. Assim também no mundo científico, nomes como o de Lord Kelvin, homenageado no mundo científico, tem afirmado que: "a ciência física não tem nada a dizer contra a ordem da criação em Gênesis como dado."
Alguém pode objetar que a criação jamais poderia ter sido feita em seis dias de 24 horas como está em Gn. 01. Porém, todo aquele que tem familiaridade com a história da interpretação bíblica sabe que a palavra “dia” não representa apenas períodos de 24 horas, mas em outras passagens bíblicas, representa um período longo de tempo. Veja por ex. Joel 3:18-20 ; Zacarias 2:10-13; Zacarias 13:1-2.
Outro ponto polêmico em Gênesis 1 é que ele fala de "haver luz antes de o sol ter existido, e é absurdo pensar de luz antes do sol, a fonte da luz." A pessoa que diz isso mostra a sua ignorância da ciência moderna. Qualquer um que esteja familiarizado com a hipótese nebular, sabe que houve idades cósmicas de luz antes de o sol se tornar diferenciador entre a massa luminosa e a nebulosa.
 Mas o objetor pode ainda apontar contra o rigor científico de Gênesis 1, afirmando que a sua ordem da criação não é a ordem determinada pelas investigações da ciência moderna. O Professor JamesD. Dana (de Yale), disse que uma das razões por que ele acreditava que a Bíblia é a Palavra de Deus foi por causa do acordo maravilhosa da ordem da criação do Gênesis com a investigação científica. Isto concorda com o que Lord Kelvin afirmou no início deste artigo. É preciso dizer, no entanto, que os homens da ciência estão constantemente a mudar seus pontos de vista sobre o que foi a ordem exata da criação. Muito recentemente descobertas foram feitas que têm derrubado as teorias da ordem da criação realizada por muitos homens da ciência no passado. Descobertas recentes da ciência se harmonizam com a ordem de Gênesis 01.
Outra curiosidade de Gênesis 01 é quanto à criação original da Terra. Tudo leva a crer que ela não fora criada sem forma e vazia, mas por alguma razão, veio a tornar-se assim. As palavras traduzidas por "sem forma e vazia" são usadas ​​em qualquer outro lugar na Bíblia para revelar punição que Deus trouxe sobre pessoas e lugares por causa do pecado. Por exemplo, em Isaías 34:11, lemos sobre o julgamento que Deus há de trazer à Iduméia como punição por seus pecados com estas palavras: "Ele deve esticar uma linha de confusão e o prumo de vazio" (RV). As palavras hebraicas traduzidas por "confusão" e "vazio" são as mesmas que são traduzidas como "sem forma e vazia" em Gênesis 1:2. Jeremias 4:23-27 novamente: "Eu vi a terra, e eis que era sem forma e vazia". Em ambos os casos as palavras "sem forma e vazia" referem-se a uma ruína que Deus havia enviado como um castigo para o pecado, e a suposição é muito forte de que eles têm um significado semelhante em Gênesis 1.
A Bíblia declara expressamente que Deus não criou a terra "em vão" (Isaías 45:18). A palavra traduzida "em vão" nesta passagem é precisamente a que é traduzida "sem forma" em Gênesis 1:2. Na Versão Revisada de Gênesis 1:2 e Isaías 45:18 a palavra é traduzida em ambos os casos por "desperdício". Aqui, então, é uma declaração simples e específica na Bíblia que Deus não criou nada sem um propósito, por isso é claro que Gênesis 1:2 não pode se referir à criação original. A palavra traduzida "era" em Gênesis 1:2 pode perfeitamente ser traduzida por "tornou-se". Então Gênesis 1:2 seria: "E a terra tornou-se sem forma e vazia". Nesse caso, em Gênesis 1:1 temos a criação original da Terra. Em Gênesis 1:2 temos um breve, mas, sugestivo relato de como a Terra se envolveu em desolação e vazio, presumivelmente como punição do pecado de alguma raça pré-adâmica.
Se esta interpretação do capítulo 01 de Gênesis procede (e o argumento faz sentido), então é claro que este registro não pode, por qualquer possibilidade entrar em conflito com as descobertas da Geologia.
Rv. Alcimar D. Dias


Referência:
           Bible Difficulties, R. A. Torrey / Genesis 1--Historical And Scientific.

 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Será que o homem é o que pensa que é?



“O homem é assim como imagina no seu coração.” Provérbios 23.7

Todos nós somos muito influenciados por tudo aquilo que está dentro da nossa caixa de memória. Outro dia, estávamos em casa, revendo fotos antigas e dando risadas das roupas, dos penteados, das caras e de tudo mais que aparecia nas fotos de um álbum antigo da família.

Outras coisas como perfumes e músicas antigas também ativam a nossa caixa de memória e nos proporcionam sentimentos como: saudade, tristeza, ojeriza, alegria, etc.

O certo é que tudo que está na nossa caixa de memória acaba influenciando o nosso modo de pensar e de falar e principalmente o nosso discurso interior que é fruto do que está armazenado na nossa caixa de memória.

Não pretendo aqui dissertar sobre a análise do Discurso Interior, mas apenas chamar a sua atenção para o cuidado que devemos ter com o nosso monólogo interior que acontece constantemente em nossa mente e que é responsável por nos deixar com a auto-estima alta ou baixa, alegres ou tristes, animados ou desanimados e até provocar desentendimentos, discórdias, mal-entendidos, etc.

O Psicólogo Lev Semenovitch Vygotsky [1] postulou a idéia de que o desenvolvimento humano, principalmente o psicológico/mental depende da aprendizagem, na medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são promovidos pela aprendizagem social. Esta teoria pode nos ajudar muito a entender a importância do meio social na formação dos conceitos que estão internalizados em nós. Isto tem a ver com a influência da família nos primeiros anos de vida de uma criança. A influência da Escola nos anos escolares. A influência dos amigos e de todos os relacionamentos sociais. Podemos concluir que a convivência com a Palavra de Deus, a vida de oração, o convívio com pessoas que tem muito a nos ensinar, a leitura de bons livros, a audição de boas músicas pode influenciar os nossos pensamentos, o nosso discurso interior.

A.D.D.


[1] Vygotsky nasceu em 1896 na Bielo-Rússia, que depois (em 1917) ficou incorporada à União Soviética, e mais recentemente voltou a ser Bielo-Rússia. Nasceu no mesmo ano que Piaget, mas viveu muitíssimo menos que este último, pois morreu de tuberculose em 1934, antes de completar 38 anos.
 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A costrução do Sentido Divino

"Havendo Deus , outrora falado, muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual tambem fez o universo." Hb 1:1 e 2

      O escritor aos hebreus inicia sua carta com a ideia de que Deus falou no passado e fala no presente. Um dos principais objetivos da fala é a construção e expressão do sentido. A fala de Deus é a construção e expressão do sentido divino, o que só poderia ser feito por alguem essencialmente divino que é o próprio Deus.
     O sentido divino, como auto-revelação de  Deus foi dado no passado de diversas maneiras aos pais pelos profetas. A diversidade de profetas que contribuiram para a construção do sentido divino compõe um fenômeno literário que talvez seja a maior evidência de que a Bíblia é de fato a Palavra de Deus. Por que pensar assim? A resposta é simples: qualquer escritor pode criar um personagem e atribuir a ele uma certa autonomia, contudo, este personagem jamais será maior do que o seu criador, pois se trata de um personagem previsível pelo criador. Sem o seu criador o personagem deixa de existir. Quanto aos escritores sagrados, foram meros servos fiéis em relatar tudo que recebiam da parte de Deus. Eles eram surpeendidos com o autor da revelação, pois recebiam sonhos, tinham visões, êxtases, ouviam a voz audível de Deus, recebiam predições proféticas (nem sempre agradáveis) que se cumpriam, por isso foram perseguidos, rejeitados, mortos.
       O fenômeno da construção do sentido divino prossegue na medida em que não foi apenas um escritor, mas foram 40 escritores que compuseram as Sagradas Escrituras. Foram pessoas que viveram em épocas e lugares bastante diferentes (pois a Bíblia levou um período de quase 2.000 anos para ficar completa). Foram homens de culturas diferentes e que viveram em ambientes sociais diferentes e apesar disso , não se acha em seus escritos nenhuma contradição sobre o sentido divino.
      O Deus revelado pelas Escrituras Sagradas não se deixa pertencer a nenhum escritor ou escritores humanos porque a Ele tudo pertence. As mentes humanas estão sob o seu controle. E assim aprouve a Ele, utilizar a instrumentalidade de homens previamente escolhidos para se revelar a humanidade numa linguagem humana, porém simples, clara e cheia de amor. O sentido divino está ao alcance da humanidade e por que rejeitá-lo e não antes conhecê-lo e aproveitá-lo?

Alcimar Dantas Dias