A linguagem humana tem a função de ser
o meio pelo qual podemos compartilhar com os outros as nossas ideias, sonhos,
conselhos, desejos, etc. A comunicação é algo fundamental para o sucesso do
nosso relacionamento com os outros e é também fundamental para o sucesso do
nosso ministério.
Spurgeon (2005) desafia a todos os que
desejam realizar um ministério com eficiência a investir na oratória e para
isso ele chama a atenção para fatores importantes na comunicação:
1. Cultivar um estilo claro. Quando
alguém não consegue me fazer entender o que quer dizer é porque esse alguém
talvez não saiba o estar querendo dizer. O estilo claro começa com a clareza
das ideias. Antes de saber dizer, eu tenho que saber o que desejo dizer. O estilo claro implica numa linguagem clara que seja capaz de
comunicar aos outros o que estamos pensando. A falta de clareza distrai os
ouvintes até mesmo em uma conversa informal. Um estilo cralo implica em dicção
clara e domínio básico da língua materna. UM orador pode estar dizendo
uma grande verdade, mas se ele comete erros comuns da língua, a probabiidade de
os ouvintes se lembrarem dos erros é maior do que se lembrarem da grande
verdade dita. Além disso, a credibilidade do que estar sendo dito pode ser
afetada, principalmente quando quem estar falando é uma pessoa desconhecida.
Tolices não se transformam em sabedoria só porque sáo ditas aos gritos. Então
não é a gritaria que torna um orador bem sucedido e sim o cultivo de um estilo
claro e convicente.
2. Ter convicção do que se deseja
comunicar é outro fator que faz um orador ser bem sucedido. Às vezes, a maneira
como alguém está falando é mais desistimulante do que as palavras que estão
sendo ditas. Quem vai acreditar no que estamos dizendo se nem nós mesmos
acreditamos? A História Clássica nos conta que quando Dario estava prestes a
ser assassinado por um soldado, o seu filho que era mudo desde a infância,
bradou: Não mate o Rei! Diante da possibilidade da morte do pai o jovem teve
sua língua solta para falar. O que pode nos impulsionar a falar? Falamos melhor
quando estamos tomados de convicção sobre a verdade.
3. Além disso, é recomendável usar um
estilo lógico. A mente é a entrada da alma e estamos lidando com pessoas
inteligentes. O homem é dotado de inteligência e capaz de analisar o que
dizemos. A Bíblia não é um livro desestruturado para ficar ao sabor do achismo
e subjetivismo alheio. Não fomos chamados para ser advogados da Bíblia e sim
seus expositores. Quem tem ouvidos ouça o que diz as Escrituras. Mas devemos
também usar a lógica no tempo que se gasta falando. Existem sermões
intermináveis e redundantes que só cansam o auditório. A lógica é reflexiva,
capacita o orador a ler o rosto dos seus ouvintes, verificar inquietações no
auditório como recado de que já basta. O que tinha de dizer já foi dito. A
lógica e o bom senso ajudam a entender a hora de encerrar um discurso.
Fonte: C. H. Spurgeon. Um Ministério ideal, 2005.