domingo, 20 de janeiro de 2013

Será que o homem é o que pensa que é?



“O homem é assim como imagina no seu coração.” Provérbios 23.7

Todos nós somos muito influenciados por tudo aquilo que está dentro da nossa caixa de memória. Outro dia, estávamos em casa, revendo fotos antigas e dando risadas das roupas, dos penteados, das caras e de tudo mais que aparecia nas fotos de um álbum antigo da família.

Outras coisas como perfumes e músicas antigas também ativam a nossa caixa de memória e nos proporcionam sentimentos como: saudade, tristeza, ojeriza, alegria, etc.

O certo é que tudo que está na nossa caixa de memória acaba influenciando o nosso modo de pensar e de falar e principalmente o nosso discurso interior que é fruto do que está armazenado na nossa caixa de memória.

Não pretendo aqui dissertar sobre a análise do Discurso Interior, mas apenas chamar a sua atenção para o cuidado que devemos ter com o nosso monólogo interior que acontece constantemente em nossa mente e que é responsável por nos deixar com a auto-estima alta ou baixa, alegres ou tristes, animados ou desanimados e até provocar desentendimentos, discórdias, mal-entendidos, etc.

O Psicólogo Lev Semenovitch Vygotsky [1] postulou a idéia de que o desenvolvimento humano, principalmente o psicológico/mental depende da aprendizagem, na medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são promovidos pela aprendizagem social. Esta teoria pode nos ajudar muito a entender a importância do meio social na formação dos conceitos que estão internalizados em nós. Isto tem a ver com a influência da família nos primeiros anos de vida de uma criança. A influência da Escola nos anos escolares. A influência dos amigos e de todos os relacionamentos sociais. Podemos concluir que a convivência com a Palavra de Deus, a vida de oração, o convívio com pessoas que tem muito a nos ensinar, a leitura de bons livros, a audição de boas músicas pode influenciar os nossos pensamentos, o nosso discurso interior.

A.D.D.


[1] Vygotsky nasceu em 1896 na Bielo-Rússia, que depois (em 1917) ficou incorporada à União Soviética, e mais recentemente voltou a ser Bielo-Rússia. Nasceu no mesmo ano que Piaget, mas viveu muitíssimo menos que este último, pois morreu de tuberculose em 1934, antes de completar 38 anos.
 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A costrução do Sentido Divino

"Havendo Deus , outrora falado, muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual tambem fez o universo." Hb 1:1 e 2

      O escritor aos hebreus inicia sua carta com a ideia de que Deus falou no passado e fala no presente. Um dos principais objetivos da fala é a construção e expressão do sentido. A fala de Deus é a construção e expressão do sentido divino, o que só poderia ser feito por alguem essencialmente divino que é o próprio Deus.
     O sentido divino, como auto-revelação de  Deus foi dado no passado de diversas maneiras aos pais pelos profetas. A diversidade de profetas que contribuiram para a construção do sentido divino compõe um fenômeno literário que talvez seja a maior evidência de que a Bíblia é de fato a Palavra de Deus. Por que pensar assim? A resposta é simples: qualquer escritor pode criar um personagem e atribuir a ele uma certa autonomia, contudo, este personagem jamais será maior do que o seu criador, pois se trata de um personagem previsível pelo criador. Sem o seu criador o personagem deixa de existir. Quanto aos escritores sagrados, foram meros servos fiéis em relatar tudo que recebiam da parte de Deus. Eles eram surpeendidos com o autor da revelação, pois recebiam sonhos, tinham visões, êxtases, ouviam a voz audível de Deus, recebiam predições proféticas (nem sempre agradáveis) que se cumpriam, por isso foram perseguidos, rejeitados, mortos.
       O fenômeno da construção do sentido divino prossegue na medida em que não foi apenas um escritor, mas foram 40 escritores que compuseram as Sagradas Escrituras. Foram pessoas que viveram em épocas e lugares bastante diferentes (pois a Bíblia levou um período de quase 2.000 anos para ficar completa). Foram homens de culturas diferentes e que viveram em ambientes sociais diferentes e apesar disso , não se acha em seus escritos nenhuma contradição sobre o sentido divino.
      O Deus revelado pelas Escrituras Sagradas não se deixa pertencer a nenhum escritor ou escritores humanos porque a Ele tudo pertence. As mentes humanas estão sob o seu controle. E assim aprouve a Ele, utilizar a instrumentalidade de homens previamente escolhidos para se revelar a humanidade numa linguagem humana, porém simples, clara e cheia de amor. O sentido divino está ao alcance da humanidade e por que rejeitá-lo e não antes conhecê-lo e aproveitá-lo?

Alcimar Dantas Dias