terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

iniciativa

Se quiseres, podes purificar-me. Mt. 8:1 a 4


A lepra era uma doença sem cura no tempo de Jesus. Era uma doença terrível porque provocava feridas pelo corpo que iam destruindo os membros lentamente sem causar dor . Os leprosos cheiravam mal e não podiam viver em sociedade, eram separados e discriminados, somente esperavam a hora da morte.

Mt 8: 1 a 4 revela-nos o encontro de um leproso com Jesus . Chama-nos a atenção a determinação e coragem dele em se aproximar de Jesus e adorá-lo. Em seguida aquele leproso fez um pedido curto mas que, expressou tudo o que ele desejava naquela hora: “Se quiseres podes purificar-me.” Ele resolveu verbalizar o seu sincero desejo para o Senhor . O desejo de viver, de ser curado, de ser livre do seu mal, etc. Jesus respondeu imediatamente dizendo SIM e depois tocou nele e o curou. Aquele leproso mostrou inconformação com seu estado de lepra, quis ser curado e por isso aproximou-se de Jesus.

O primeiro passo para nos livrarmos de coisas que nos fazem sofrer é de fato, a identificação das referidas coisas. Procurar saber de onde vem o sofrimento é fundamental para combater a causa e não apenas as conseqüências.

O segundo passo é a inconformação com tais coisas. A grande questão é que muitos se acostumam com coisas ruins e as adotam como se fossem um bichinho de estimação. É preciso ter ojeriza a tudo aquilo que você sabe que está lhe causando sofrimento.

O terceiro passo é a iniciativa de aproximarmo-nos de Jesus com fé e submissão e com certeza, seremos abençoados. Precisamos nos mover em direção a Jesus e crer que, se Ele quiser, imediatamente seremos purificados.

Basta uma palavra de Jesus. Basta um toque do Mestre em nossas vidas e a bênção acontecerá imediatamente.

Vamos trazer ao conhecimento de Jesus o nosso desejo de sermos purificados de tudo aquilo que pode estar causando transtornos em nossa vida.



Rev. Alcimar Dantas Dias

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Simplesmente Crendo

Seria Fé uma emoção? Um estado de êxtase? Um exercício mental que requer concentração ou alguma técnica mística para sustentá-la? Um Fenômeno Psicológico? Afinal, o que vem a ser FÉ?
 “ORA, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.1” Fé é certeza de que algo é verdadeiro. Fé é a convicção de que tais palavras ditas são verdadeiras e não necessitam de provas para o que crê, pois a prova já é a própria fé. Fé é a aceitação simples de verdades com ou sem a comprovação científica.
Certa vez ouvi um pregador leigo dizer a seguinte frase: “Com a minha mão eu toco neste púlpito. Com os meus olhos eu vejo quem está lá na porta. Com a minha fé eu vejo Deus”. Mas há muitos que só acreditam no que tocam ou no que vêem. A Fé é pessoal.
Louis Berkhof, (1873-1957) um teólogo sistemático reformado, afirma o seguinte: “O vocábulo (fé) não é um termo exclusivamente religioso e teológico. É empregado muitas vezes no sentido geral e não religioso, e mesmo assim tem mais de uma conotação.2”
Berkhof considera as conotações do vocábulo Fé inicialmente num sentido solto e popular para indicar uma simples opinião. Depois ele considera a Fé como “uma certeza imediata” relacionada com a Ciência e os resultados que podem ser obtidos pela percepção, experiência e dedução lógica, mas admite a certeza intuitiva referindo-se aos axiomas que não podem ser demonstrados. E por último, ele cita a denotação da Fé como convicção de que o testemunho de outro é verdadeiro, a confiança na promessa que o outro fez, com base unicamente no histórico de veracidade e fidelidade do outro. Isto inclui a confiança num amigo, no piloto do avião quando viajamos, no médico quando estamos na sala de cirurgia, etc.
A Fé Religiosa, por sua vez, não difere da fé em geral. no sentido mais abrangente, é a persuasão do homem quanto à veracidade das Escrituras Sagradas, com base na autoridade de Deus.
Teologicamente, Berkhof distingue o4 tipos de Fé:
a. Fé histórica. Trata-se da pura e simples apreensão de fatos históricos vazia de qualquer propósito moral ou espiritual.
b. Fé miraculosa. É a fé em milagres como aparece nos Evangelhos, nos milagres de Cristo e no livro de Atos, a qual podia gerar ou não a Fé Salvadora.
c. Fé temporal. Trata-se da persuasão das verdades religiosas que vem acompanhada de algumas incitações da consciência e de uma agitação dos afetos, mas não tem suas raízes num coração regenerado. O nome é derivado de Mt 13. 20,21.
d. Fé salvadora. “A verdadeira fé salvadora tem sua sede no coração e suas raízes na vida regenerada. Muitas vezes se faz distinção entre o habitus e o actus da fé (entre o hábito e o ato da fé). Contudo, por trás destes acha-se a semen fidei (semente da fé). Esta fé não é primeiramente uma atividade do homem, mas uma potencialidade produzida por Deus no coração do pecador. A semente da fé é implantada no homem quando da regeneração. Alguns teólogos falam disto como habitus da fé, mas outros mais corretamente lhe chamam semen fidei. Somente depois que Deus implantou a semente da fé no coração do homem, é que ele pode exercer a fé. É isto, evidentemente, que Barth tem em mente também, quando, em seu desejo de ressaltar o fato de que a salvação é exclusivamente obra de Deus, afirma que Deus, e não o homem, é o sujeito da fé. O exercício consciente da fé forma gradativamente o habitus, e este adquire uma significação fundamental e determinante para o ulterior exercício da fé. Quando a Bíblia fala da fé, geralmente se refere à fé como uma atividade do homem, mas nascida da obra realizada pelo Espírito Santo. Pode-se definir a fé salvadora como uma certa convicção, produzida pelo Espírito Santo no coração, quanto à veracidade do Evangelho, e uma segurança (confiança) nas promessas de Deus em Cristo. Em última análise, é certo, Cristo é o objeto da fé salvadora, mas Ele nos é oferecido unicamente no Evangelho.3”
Rev. Alcimar Dantas Dias



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Notas.

1. Hebreus 11.1

2. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p 500

3. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p 502