quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TRAZIDOS PELO PAI

Jo 6.43-45
Murmuração é o falatório maldoso, o rumor sem fundamento, a tentativa de denegrir a imagem de alguém. Os Judeus murmuravam contra Jesus em conseqüência da rejeição a Ele. Para os judeus Jesus era alguém que não sabia o que estava falando. Era um megalomaníaco, alguém com o complexo de grandeza que estava falando uma besteira ao dizer que desceu do céu.
Os judeus não viam em Jesus o seu lado divino e ficaram ofendidos porque Ele disse ter descido do céu. A murmuração foi resultado da incredulidade deles. A incredulidade e falta de reconhecimento da divindade de Cristo levou os judeus a murmurarem contra ele. Os judeus viam somente o Jesus humano e terreno de origem conhecida, filho de José e Maria. O materialismo e a visão terrena impede o homem de enxergar o lado espiritual da vida. Tais coisas levam os homens a murmurarem contra Deus. A murmuração é um reflexo de ingratidão e insatisfação com algo.
O Senhor Jesus os repreende para não murmurarem a respeito da sua identidade. Ele continua o seu discurso falando como filho de Deus, como aquele que desceu do céu e é divino. Continua falando com autoridade. Jesus mostra conhecimento das Sagradas Escrituras e se impõe como o Filho de Deus , falando abertamente e de forma muito clara para todos, sobre si mesmo e sobre a necessidade que os homens tem de crer nele e conhecê-lo, sendo isto uma condição sine qua non para apropriação da vida eterna.
No v. 44 o Senhor Jesus deixa claro que “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” Fica claro e certo que se o Pai não trouxer o homem a Cristo, ele não poderá vir por si só. Conclui-se que quando vimos a Cristo para crer nele como enviado de Deus, devemos agradecer ao pai que nos trouxe, abriu nossos olhos e nos concedeu a graça de crer nele e o reconhecer como Senhor e Salvador.
Alcimar

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO DISCÍPULO DE CRISTO


“E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” (Jo 6.25 a 27)
Cristo não responde à questão colocada, a qual sugere a idéia de que o mesmo chegou ao outro lado do mar através de mais um milagre. Mas, ao contrário, ele repreende a todos porque ainda não estavam familiarizados com a razão verdadeira e apropriada do que ele fez, e continuavam procurando a Cristo por causa dos milagres e não por causa do próprio Cristo. Estavam buscando a Cristo por causa da barriga e não por causa dos milagres. E se olhavam para os milagres, olhavam para os milagres apenas, mas não estavam interessados no autor dos milagres.
O Evangelista já nos dissera que eles eram animados pelos milagres para seguir a Cristo. Mas porque se utilizaram dos milagres para um propósito impróprio, passaram a ter maior atenção para a barriga do que para os milagres. Ou seja, eles não fizeram lucro da obra de Deus como deveriam ter feito, pois a maneira certa de lucrar, teria sido o reconhecimento de Cristo como o Messias de tal forma que pudessem se entregar a Ele e serem ensinados e governados por ele, e, sob sua orientação, aspirar ao reino celestial de Deus. Mas ao contrário, eles esperavam de Cristo apenas que tivessem um viver feliz e à vontade neste mundo, no presente. Estavam alheios ao poder principal de Cristo, e desconheciam a razão mais importante pela qual Cristo foi dado pelo Pai que era poder restaurar-lhes segundo a imagem de Deus, dando-lhes o seu Espírito Santo, e conduzi-los para a vida eterna pela sua justiça.
É de grande importância, pois, ver além dos milagres
de Cristo, pois quem fica satisfeito com as conveniências da vida presente e não aspira ao reino de Deus por completo, preocupando-se apenas em ter a barriga cheia, poderá ficar de fora do reino de Deus na eternidade.
Muitas pessoas nos dias  atuais,  aceitariam facilmente o Evangelho se não houvesse a amargura da cruz, e se não houvesse nehuma exigência de compromisso sério com Deus, mas apenas prazeres carnais, prosperidade e liberdade para cada um fazer o que bem entendesse. Infelizmente observa-se que muitos que fazem uma profissão de fé cristã, o fazem para que possam viver com mais alegria e com menos restrições. Alguns o fazem pela expectativa do lucro pessoal e da promoção, outros fazem por causa do medo de irem para o inferno, e outros ainda o fazem somente porque desejam agradar a familiares ou amigos. Todavia, os verdadeiros discípulos de Cristo professam sua fé em Cristo por causa do amor a Cristo e seguem a Cristo por causa do próprio Cristo, entendendo que o ponto principal da caminhada cristã é desprezar o mundo e buscar o Reino de Deus e a sua justiça.(Mt 6.33)
Além disso, é possível que muitos se convençam a si mesmos de que estão buscando a Cristo da melhor maneira quando não estão e assim subestimam o poder de Deus como se Ele não fosse Onisciente. Por causa disso Cristo diz “em verdade, em verdade” de forma repetida como um juramento seu de que pretende trazer à luz os vícios que se escondem por trás da hipocrisia.
(commentary on the gospel according to john by john Calvin) Traduzido pelo Rev. Alcimar Dantas